Espondilose cervical é o conjunto de alterações conseqüentes a
artrose da coluna cervical. Com a idade, os discos intervertebrais
perdem sua elasticidade, por perda progressiva do seu conteúdo de água.
Os discos são normalmente nutridos a partir dos vasos sangüíneos das
vértebras adjacentes, não tendo uma circulação sangüínea própria. Quando
a nutrição discal se torna insuficiente, há perda dos seus elementos
constituintes, que leva a redução da altura do disco, da sua resistência
aos movimentos e aos traumas, mesmo pequenos, facilitando a sua rotura e
degeneração. Estas alterações discais são seguidas de reações ósseas
das vértebras adjacentes, com a formação de osteófitos, ou
bicos-de-papagaio, que tendem a fundir as vértebras. Concomitantemente,
há hipertrofia dos ligamentos e das outras articulações da coluna
vertebral. Este conjunto de alterações pode determinar uma redução do
canal vertebral e dos forâmenes de conjugação. O canal vertebral contém a
medula espinhal, que é uma estrutura nervosa responsável pela
transmissão de todos os impulsos nervosos que chegam dos membros ao
cérebro e que levam os estímulos nervosos do cérebro para os nervos e,
conseqüentemente, para os músculos do corpo. Os forâmenes de conjugação
são passagens laterais da coluna cervical por onde passam as raízes
nervosas que formam os nervos para os membros superiores. Por elas
trafegam os impulsos nervosos que trazem as informações sensitivas e os
que levam as ordens do cérebro para os músculos se contraírem.
Não há uma causa única para a espondilose cervical. Pode haver uma
predisposição à mesma nas pessoas cujo canal vertebral é congenitamente
estreito. Pequenos traumas repetidos contribuem para que os discos
intervertebrais sejam lesados progressivamente, iniciando o processo de
espondilose. Algumas profissões e atividades esportivas aumentam este
risco. Outro fator importante é o tabagismo, pois compromete a
micro-circulação sangüínea e prejudica a nutrição do disco. Os
osteófitos, os ligamentos e as facetas articulares hipertrofiados e os
fragmentos discais protruidos, em conjunto, reduzem o canal e os
forâmenes vertebrais, levando a compressão da medula e das raízes
espinhais.
As manifestações mais comuns são a dor cervical e a limitação dos
movimentos do pescoço. Acompanham-se, muitas vezes, de uma sensação de
ouvir "areia na coluna", aos seus movimentos. A pessoa refere que tem a
impressão de que "falta lubrificação na coluna". Estas alterações são
extremamente freqüentes com o avanço da idade e não tem maior
importância. Em algumas pessoas, no entanto, o estreitamento do canal e
dos forâmenes vertebrais leva a compressão nervosa. Nestes casos podem
ocorrer três formas de comprometimento e que devem ser avaliados por
médico especialista. A radiculopatia é a compressão de uma raiz nervosa.
Manifesta-se por dor irradiada do pescoço para a escápula e para um dos
membros superiores, seguindo um trajeto bem definido e constante.
Acompanha-se de uma sensação de formigamentos ou de dormência neste
mesmo trajeto, desde o ombro até determinados dedos da mão. Pode, por
exemplo, expressar-se por formigamentos nos dois primeiros dedos, nos
dedos indicador e médio, ou ainda nos dois últimos. Muitas vezes há
também perda de força de um grupo muscular e que também depende da raiz
ou raízes comprometidas. Pode, por exemplo, expressar-se por perda da
força de flexão do antebraço, ou então de sua extensão, ou ainda de
determinados dedos da mão. A mielopatia é a lesão da medula espinhal,
comprimida em conseqüência da espondilose. Manifesta-se por perda
progressiva dos movimentos dos quaro membros. Inicia-se, geralmente, por
dificuldade progressiva de caminhar, acompanhada de uma sensação de
endurecimento dos músculos dos membros inferiores. Há perda da
capacidade de comandar as pernas e que progride para o mesmo déficit nos
membros superiores. Surge uma sensação de dormência nas pernas e no
tronco, que ascende progressivamente. Acompanha-se de uma sensação de
urgência para urinar e que evolui para a incapacidade de reter a urina.
Nos homens, há também disfunção erétil. A mielorradiculopatia é uma
combinação da radiculopatia e da mielopatia, com manifestações de ambas.
O tratamento regenerador da espondilose cervical toma a
fisioterapia, tracção, remédios, acupuntura de medicina chinesa,
massagens e reabilitação por exercícios como principais meios.
Quanto ao tratamento por exercícios, em primeiro lugar, deve-se ter
correctas posturas no trabalho e vida quoditianos, colocando-se
computadores e aparelhos de televisão em local um pouco baixo a “Head
up”. Ao dormir, deve-se manter a altura de almofada igual à curvatura
fisiológica do pescoço, evitando-se que fique demasiado alta ou baixa,
provocando demasiado alongamento ou encurvamento, e com dureza
adequada da almofada.