segunda-feira, 30 de junho de 2014

Envelhecimento : desfazendo mitos.

Envelhecimento: Desfazendo mitos


           O ano de 1999 foi declarado o Ano Internacional do Idoso. Naquele ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o seguinte tema para as comemorações do Dia Mundial da Saúde: "Envelhecimento ativo faz a diferença".
           Dessa forma a OMS estava reconhecendo que esta era a chave para que a população idosa permaneça desempenhando seu papel na sociedade. O envelhecimento ativo envolve diferentes dimensões de nossas vidas: física, mental, social e espiritual.
           "O envelhecimento é um privilégio e uma conquista da sociedade. É também, um desafio, o qual terá impacto sobre todos os aspectos da sociedade no século 21"(OMS, 1999).
           O envelhecimento é um processo natural e mesmo desejável, uma vez que a alternativa, que ninguém quer, é morrer jovem. Apesar de ser um fenômeno mundial, o envelhecimento ainda é cercado por muitos mitos que não têm nada a ver com a realidade. Foi para ajudar a desfazer esta confusão que, em 1999, a OMS publicou o documento "Envelhecimento: Desfazendo mitos", cujos aspectos principais passamos a reproduzir a seguir.
           Mito número 1: A maioria dos idosos vive em países desenvolvidos;
           De fato o que ocorre é o contrário. A maioria das pessoas idosas, mais de 60% delas, vive em países em desenvolvimento. Existem quase 600 milhões de pessoas idosas no mundo e mais da metade delas vivem em países em desenvolvimento. Por volta de 2020 existiraõ cerca de 1 bilhão de pessoas idosas. Mais de 700 milhões viverão em países em desenvolvimento.

           Mito número 2: Os idosos são todos iguais;
           Na verdade, os idosos constituem um grupo muito diversificado. Muitos idosos mantêm uma vida ativa e saudável, enquanto alguns menos idosos têm uma baixa qualidade de vida. A idade das pessoas depende de um grande número de fatores, incluindo gênero, etnia, cultura, se o idoso vive num país industrializado ou num país em desenvolvimento, se vive na cidade ou no campo. Estes e muitos outros fatores, inclusive a experiência individual, fazem com que as pessoas sejam cada vez mais diferentes entre si à medida que a idade avança. Mesmo no que diz respeito a características biológicas, dois jovens da mesma idade são muito mais parecidos entre si do que dois idosos.

           Mito número 3: Homens e mulheres envelhecem da mesma maneira;
           Homens e mulheres envelhecem de maneira diferente. Antes de tudo, mulheres vivem mais do que homens. Parte dessa vantagem feminina com respeito à expectativa de vida é biológica. Longe de ser o sexo frágil, elas parecem mais resistentes do que os homens em todas as idades, mais particularmente na infância. Também na vida adulta, as mulheres têm uma vantagem biológica. Por exemplo, pelo menos até a menopausa, seus hormônios as protegem contra o infarto do miocárdio.

           Mito número 4: Pessoas idosas são frágeis;
           Muito longe de serem frágeis, a grande maioria das pessoas idosas mantém-se fisicamente rígidas, mesmo nas idades mais avançadas. Da mesma forma continuam capazes de realizar as tarefas relacionadas às atividades da vida diária e são parte ativa da vida comunitária. A capacidade de nosso sistema biológico cresce durante os primeiros anos de vida até atingir seu ponto máximo no início da vida adulta e vai decaindo daí. A velocidade desse declínio é fortemente determinada por fatores externos relacionados ao estilo de vida do adulto, incluindo tabagismo, consumo de álcool, dieta e condiçòes sociais. Por exemplo, a declínio natural da função cardíaca pode ser acelerado pelo hábito de fumar. Mas a aceleração do declínio funcional determinado por fatores externos pode ser revertida em qualquer idade.

           Mito número 5: Pessoas idosas não têm nada a contribuir;
           Na verdade as pessoas idosas dão inúmeras contribuições às famílias, à sociedade e à economia. A visão convencional que perpetua este mito tende a focar a participação na força de trabalho e a redução dessa participação com o aumento da idade. Muitas vezes, assume-se que a redução da participação de pessoas idosas em trabalhos remunerados deve-se ao declínio da capacidade funcional associado com o envelhecimento. De fato, o declínio da capacidade funcional não significa de forma alguma incapacidade para o trabalho. Os requisitos físicos para muitos empregos têm sido reduzidos devido aos avanços tecnológicos. O fato de haver poucos idosos em trabalhos remunerados é mais freqüente devido a desvantagens das pessoas idosas com respeito à escolaridade e treinamento e, principalmente, devido ao preconceito existente.

           Mito número 6: Pessoas idosas são uma carga econômica para a sociedade;
           As pessoas idosas contribuem de inúmeras formas para o desenvolvimento de sua sociedade. Este mito talvez esteja sendo reforçado nos últimos tempos pelas dificuldades de muitos países em prover seguridade a um número cada vez maior de pessoas que alcançam idades avançadas.

Doença e a terceira idade


           O contato com a Medicina fica mais freqüente na terceira idade. Não é raro começarmos a nos preocupar com a saúde após os 40 anos e então passarmos a ter os primeiros contatos com o médico. Uma situação, por exemplo, que freqüentemente nos leva ao médico pela primeira vez é a pressão alta, relacionada sempre a uma série de circunstâncias muito diferentes e que necessita por sua vez de cuidados que vão alterar o nosso dia-a-dia.
           Na terceira idade há uma tendência ao acúmulo de doenças crônicas, na sua grande maioria benignas e fáceis de serem controladas. A artrose, por ex., é doença que acomete com muita freqüência o idoso e que pode se somar a outras manifestações como a pressão alta ou o diabetes. O médico deve administrar a doença com a participação do idoso, bem como a de seus familiares, fornecendo o máximo de informações possíveis.
           Ao médico cabe distinguir os sintomas próprios da idade daqueles devido à doença. Quando houver mais de um médico cuidando do paciente deve-se destacar um deles, em geral o clínico geral, para atuar como o coordenador e desta maneira propiciar uma abordagem ampla e uniforme. É muito importante que se veja a pessoa como um todo, tendo especial cuidado com as características de sua personalidade e os aspectos próprios ao seu meio.
           O exame médico inicial deve ser sempre minicioso e realizado de preferência por um clinico geral e nunca pelo especialista. O especialista deve ser convocado sempre que necessário e sempre sob a supervisão do clínico geral. O diagnóstico preciso permite a destinção correta entre o sintoma devido às perdas funcionais próprias da idade.
Charlatanice

           O alto custo da medicina e a má assistência oferecida pelo setor público levam ao aparecimento de tratamentos sem qualquer critério científico. A terceira idade encontra neste meio um mercado muito rico, caracterizado por remédios que são indicados para inúmeras situações comuns como o reumatismo, distúrbios da memória e da circulação, etc. Fórmulas infalíveis para o tratamento do câncer são muito comuns.
Saúde

           A medicina está devotada à manutenção da saúde o que compreende a detecção e a prevenção de doenças, a cura de moléstias que possuem tratamento, o combate à dor e a diminuição do sofrimento. A saúde pública ocupa importante papel na medicina moderna sendo responsável pela promoção de higiene, orientação nutricional e cuidados com os fatores ambientais que interferem com a saúde.
           A boa saúde, em qualquer idade, está na dependência de três fatores básicos constituídos pela alimentação, pela atividade física e pelo estado psicológico. São três colunas básicas que se erguem a partir de nossa constituição genética e sobre as quais podemos ter atuação direta.
Acidentes na III Idade

           Em alguns países o acidente é importante causa de morte sendo superior a doenças infecciosas , doenças cardíacas e câncer. Na terceira idade os acidentes também são freqüentes e tendem a ter conseqüências sérias.
           Na terceira idade a principal causa de acidentes são as quedas destacando-se a fratura do fêmur como sua principal conseqüência. A diminuição da acuidade visual, uma maior tendência a síncopes e os efeitos adversos de medicamentos, principalmente os tranqüilizantes, e o alcoolismo são as principais causas de quedas do idoso. As queimaduras e os acidentes de trânsito constituem também causas de acidentes na terceira idade.
As Quedas

           A queda representa uma fonte de doenças na terceira idade e também uma causa de morte.
           Cerca de 10% dos idosos que sofreram uma queda virão a falecer em decorrência da mesma, e cerca de 30% terão, como conseqüência , uma lesão importante.
           Além da fratura o idoso que sofre a queda em geral se torna ansioso e amedrontado quanto a outras quedas.
           O sedentarismo também é um fator que deve ser destacado, sendo que o idoso ativo, acostumado a fazer exercícios regulares tem menor predisposição a sofrer quedas.
           *A síncope é sensação de forte tontura seguida de rápida perda de consciência.
           O alcoolismo também é uma causador de quedas. Fatores ambientais também devem ser considerados, como por ex.: a iluminação inadequada, presença de tapetes soltos, falta de borracha no chão do chuveiro, falta de barras de apoio e de corrimões.
          
As Queimaduras

           As queimaduras são também muito comuns na terceira idade. A sua grande maioria ocorre em casa e em geral são devidas a fogo e líquidos aquecidos. Na terceira idade a resposta à queimadura é sempre preocupante devido à diminuição na capacidade de regeneração cutânea tornando-a mais sensível, e também por eventuais outras doenças concomitantes.
           Alguns cuidados preventivos devem ser destacados, como evitar fumar na cama ou alcoolizado, não cozinhar utilizando roupas facilmente inflamáveis.
Os Acidentes de Trânsito

           Os acidentes de trânsito constituem causa de morte na terceira idade. É aconselhável o idoso dirigir devagar, de preferência sempre acompanhado e realizar trajetos curtos evitando os horários de "rush"e noturnos. O uso de cintos de segurança é medida de extraordinária importância para se evitar as graves conseqüências dos acidentes automobilísticos. O pedestre idoso deve caminhar de maneira alerta na via pública, evitando transportar muitos objetos nas mãos.
As Fraturas


           A osteosporose é o principal fator que favorece a fratura no idoso. Basicamente a osteosporose é a diminuição na quantidade de massa óssea e o aumento da fragilidade do osso.