A artrose é uma
doença de caráter inflamatório e degenerativo das articulações (juntas)
do organismo, marcada pelo desgaste das cartilagens que revestem as
extremidades ósseas, causando dor e podendo levar a deformidades. As
articulações mais acometidas pela artrose são as que suportam peso, como
a coluna vertebral, os quadris e os joelhos.
A artrose do joelho tem
se tornado cada vez mais comum. Muitos fatores estão relacionados com o
seu aparecimento e seu desenvolvimento, dentre eles o envelhecimento,
excesso de peso ou de trabalho na articulação acometida, exercícios que
exijam impacto repetitivos sobre a articulação (como saltos), história
familiar e tabagismo.
Analogamente, podemos imaginar que a
cartilagem que reveste os ossos nas articulações tem uma certa
espessura, como o pneu de um automóvel. Conforme ocorre o desgaste peso
uso, o pneu vai diminuindo de espessura, até chegar na “lona”, o que na
articulação corresponde ao desgaste da cartilagem até chegar no osso.
Quando isso ocorre, a dor fica muito forte e incapacitante.
TRATAMENTO DO ARTROSE
O tratamento da artrose do joelho tem como objetivos:
1 – Aliviar os sintomas como a dor, o inchaço e a dificuldade para mobilização.
2 – Impedir a piora da artrose.
3 – Corrigir as deformidades, quando estas já tiverem se instalado.
Para
aliviar os sintomas, podem ser administrados medicamentos como
analgésicos e anti-inflamatórios e empregar-se a fisioterapia e
hidroterapia, que promovem melhora da dor tanto pelo uso de técnicas
anti-inflamatórias quando pelo fortalecimento e alongamento musculares,
protegendo assim as articulações e estimulando sua movimentação,
evitando a rigidez articular.
Atualmente, existem medicamentos que
além de aliviarem os sintomas, contribuem para impedir a piora do
desgaste, como a administração isolada ou associada da condroitina e
glucosamina, e o extrato insaponificável de abacate e soja. Estes
medicamentos devem ser tomados a longo prazo, sempre mediante prescrição
médica.
O líquido sinovial do joelho, que é produzido e renovado
continuamente por uma membrana que reveste o joelho (membrana sinovial),
é responsável pela lubrificação e proteção da cartilagem articular, e,
como um óleo lubrificante de automóvel, é bem viscoso e elástico.
Estudos recentes demonstraram que este líquido perde sua propriedade
viscosa nos joelhos com artrose, tornando-se fino, deixando assim de
proteger e facilitando o desgaste da articulação.
Nos casos de
artrose leve a moderada, é possível a reposição das propriedades do
líquido sinovial por meio da injeção dentro do joelho de um líquido
desenvolvido em laboratório, que traz novamente a viscosidade normal,
protegendo a cartilagem e melhorando a dor e a mobilidade articular.
Esta terapia é chamada viscosuplementação, e tem as vantagens de poder
ser aplicada pelo médico no próprio consultório, com desconforto mínimo,
semelhante à aplicação de uma injeção no músculo. O efeito dura em
média de 8 meses a um ano, dependendo do grau da artrose em cada
paciente.
Nos pacientes com dores incapacitantes, que não pode ser
controlada com as medidas mais simples relatadas, incluindo diminuição
das atividades e do peso corporal, quando a artrose do joelho já
alcançou um grau avançado com desgaste total da cartilagem, ou quando já
existe uma deformidade com desvio do joelho (“perna torta”), pode haver
a necessidade de tratamento com cirurgia. Nestes casos, o procedimento
indicado em geral é a colocação de uma prótese, que serve para recobrir o
osso exposto, evitando assim o contato osso-osso, eliminando a dor e
corrigindo o desvio. Dependendo do local do joelho onde a cartilagem
está exposta, pode ser empregada uma prótese parcial
(unicompartimental), nos casos onde o desgaste atinge apenas um lado do
joelho, ou prótese total, quando o desgaste é completo.
O
joelho é a maior articulação do corpo humano, e devido a sua posição
anatômica, está exposto tanto a lesões por impactos diretos (contusões,
fraturas), quando a lesões por ação de forças indiretas (torções). As
lesões causadas por torções são conhecidas como entorses do joelho, e
atingem os ligamentos, que são estruturas fibrosas bastante resistentes e
responsáveis por manter o joelho firme (estável) durante a prática
esportiva.
O joelho possuí quatro ligamentos principais, cada um
responsável por impedir o movimento excessivo em uma direção particular .
Quando uma força excessiva supera a resistência do ligamento, ele pode
se romper parcial ou totalmente. Neste último caso, o joelho fica frouxo
e muitas vezes necessita de tratamento cirúrgico para sua recuperação.
Para
que o joelho mantenha-se estável, ele depende dos estabilizadores
estáticos, que são os ligamentos, e dos estabilizadores dinâmicos, que
são os músculos da coxa e perna. Estes últimos são fundamentais, pois
quando sofremos uma torção, imediatamente estes músculos se contraem,
impedindo uma torção excessiva que possa romper os ligamentos. Quem está
com a musculatura fraca faz com que a força da torção descarregue-se
totalmente sobre os ligamentos, que podem não suportá-la e romper-se.
Observe portanto a importância de conservarmos nossa musculatura forte e
bem condicionada.
Outra causa freqüente de lesões é a falta de
alongamentos musculares. Quando não fazemos alongamentos os músculos
trabalham tensos a as articulações pressionadas, predispondo tanto a
roturas musculares quando a desgaste nas articulações. A realização de
alongamentos é fundamental, portanto, e deve idealmente ser realizada
antes e depois de toda prática esportiva. Várias atividades físicas
atualmente recomendadas nas academias, como yoga, pilates e
isostretching, dão grande ênfase aos alongamentos musculares.
O
excesso de exercícios, acima da capacidade física de cada indivíduo,
também é um grande vilão causador de lesões e dores nas articulações,
principalmente coluna, quadril e joelhos, que são articulações que
suportam todo peso e impactos repetitivos, principalmente nas atividades
que exigem saltos freqüentes, como voleibol e basquete. Por isso, é
muito importante estabelecer um rotina de exercícios sem sobrecarga e
onde seja reservado espaço para o descanso dos músculos e articulações,
para que estes possam se recuperar sem lesões. Este programa é chamado
periodização do exercício e em geral é desenvolvido pelos
personal-trainers e educadores físicos.
As pessoas que estão
acima do peso devem realizar atividades de baixo impacto, como
caminhadas, natação e hidroginástica, antes de iniciar atividades de
impacto como as corridas. Cada passo dado durante a corrida faz os
joelhos suportarem cerca de três a seis vezes o peso corporal.
Portanto, quem quer correr deve estar com um peso mais adequado e com
boa musculatura nas coxas e pernas, para distribuir melhor os impactos
sofridos pela articulação.
Um erro comum é ter pressa em perder peso
e correr com peso excessivo e sem musculatura, sobrecarregando os
joelhos e causando desgaste precoce das suas cartilagens.
Assim
sendo, toda atividade física e principalmente as coletivas, como
futebol, basquete, voleibol, requer preparo físico prévio, o que
inclui:
1. Treino aeróbico (capacidade cardiovascular)
2. Fortalecimento muscular
3. Alongamentos
A
maioria das pessoas que sofrem lesões durante a prática esportiva são
os chamados “atletas de final de semana”, que em geral são profissionais
liberais, trabalhadores de escritório, etc, que não fazem as atividades
físicas preparatórias descritas acima e querem jogar nos fins de semana
acima de sua capacidade, sentindo-se verdadeiros jogadores
profissionais quando entram em campo.
Lembre-se: A realização da
atividade física coletiva sem preparação prévia não é suficiente para
um condicionamento adequado e para prevenir lesões !!!
Quem está
sedentário e quer começar a realizar atividades físicas deve fazer uma
avaliação pré-participação completa, o que inclui consulta com médicos
cardiologista e ortopedista, avaliação nutricional e acompanhamento
posterior com um profissional da área esportiva, como educadores
físicos, fisiologista do esporte e personal-trainers.
Desta forma,
afastam-se riscos para a saúde cardiovascular e musculoesquelética, e se
estabelece um programa individual de treinamento, levando em conta a
idade, nível de condicionamento e objetivos pessoais.
Muito importante o tratamento da Fisioterapia.