A musculatura estriada do assoalho pélvico é estrutura de grande importância no mecanismo da continência urinária na mulher. O músculo elevador do ânus é um dos principais integrantes do assoalho pélvico, assumindo papel preponderante no suporte anatômico do colo vesical e uretra proximal. O músculo estriado peri-uretral, por sua vez, é importante na manutenção da pressão intra-uretral .
Sabe-se que o trauma obstétrico, o baixo nível de estrogêno consequente ao climatério e as cirurgias vaginais podem ocasionar incontinência urinária de esforço (IUE) e prolapso genital, devido ao comprometimento neuro- muscular do assoalho pélvico.
A função do assoalho pélvico é fundamental na manutenção da continência urinária e, o seu comprometimento pode ser responsável por um índice de 25 a 30% de insucesso do tratamento cirúrgico da IUE, independente da técnica cirúrgica utilizada ou da habilidade do cirurgião. Portanto, a avaliação funcional do assoalho pélvico é um fator prognóstico no tratamento da IUE. Nos casos de comprometimento muscular importante, os tratamentos com técnicas fisioterapêuticas não apresentam resultado favoráveis. Além disso, as pacientes com disfunção importante da musculatura do assoalho pélvico mesmo na ausência de IUE tipo III, talvez se beneficiem mais com a terapêutica cirúrgica ( "sling" facial ou TVT ), uma vez que, independem da musculatura do assoalho pélvico para suporte anatômico do colo vesical.
Assim, a avaliação funcional do assoalho pélvico deve ser realizada antes da instituição de tratamento em mulheres com IUE. Pode ser realizado através da eletromiografia ( padrão ouro), estudo histomorfológico por biópsia muscular ou avaliação clínica pela palpação digital vaginal, perineômetro e cones vaginais . Dentre eles, a exploração vaginal é um método simples, que não requer instrumentação, podendo ser realizada utilizando-se avaliação funcional da musculatura do assoalho pélvico (AFA), graduando-se de 0 a 4 , de acordo com a atividade contrátil desta musculatura avaliada pela palpação digital .
Em nossa experiência, demonstramos estudando 25 pacientes com IUE submetidas ao tratamento com cones vaginais que, a única paciente que não melhorou apresentava avaliação funcional do assoalho pélvico deficiente (AFA zero).
BIBLIOGRAFIA: Citada na Incontinência Urinária Parte 1 deste blog em novembro/2010.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Gostei do blog, é bem versátil. Parabéns! Li o artigo sobre inteligência emocional.
ResponderExcluirOI IRMÃ, OBRIGADA, VOLTE SEMPRE E DÊ SUGESTÕES SE QUISER, BJ
ResponderExcluir