terça-feira, 20 de outubro de 2009

ALZHEIMER

Repassando com a mão esquerda > Roberto Goldkorn é psicólogo e escritor. > > Meu pai está com Alzheimer. Logo ele, que durante toda vida se dizia> "o Infalível". Logo ele, que um dia, ao tentar me ensinar matemática,> disse que as minhas orelhas eram tão grandes que batiam no teto. Logo> ele que repetiu, ao longo desses 54 anos de convivência, o nome do> músculo do pescoço que aprendeu quando tinha treze anos e que nunca> mais esqueceu: esternocleidomastóideo. O diagnóstico médico ainda não é conclusivo, mas, para mim, basta> saber que ele esquece o meu nome, mal anda, toma líquidos de> canudinho, não consegue terminar uma frase, nem controla mais suas> funções fisiológicas, e tem os famosos delírios paranóicos comuns nas> demências tipo Alzheimer..> Aliás, fico até mais tranqüilo diante do "eu não sei ao certo" dos> médicos; prefiro isso ao "estou absolutamente certo de que...", frase> que me dá arrepios. Há trinta anos, não ouvia sequer uma menção a essa> doença maldita. Hoje, precisaria ter o triplo de dedos nas mãos para> contar os casos relatados por amigos e clientes em suas famílias.> > O que está acontecendo?> Estamos diante de um surto de Alzheimer?> Finalmente nossos hábitos de vida "moderna" estão enviando a conta?> O que os pesquisadores sabem de verdade sobre a doença?> Qual é o lado oculto dessa manifestação tão dolorosa?> > Lendo o material disponível, chega-se a uma conclusão: essa é uma> doença extremamente complexa, camaleônica, de muitas faces e ainda> carregada de mistérios.> > Sabe-se, por exemplo, que há um componente genético. Por outro lado, o> Dr. William Grant fez uma pesquisa que complicou um pouco as coisas.> Ele comparou a incidência da doença em descendentes de japoneses e de> africanos que vivem nos EUA, e com japoneses e nigerianos que ainda> vivem em seus respectivos países. Ele encontrou uma incidência da> doença da ordem de 4,1para os descendentes de japoneses que vivem na> América, contra apenas 1,8 de japoneses do Japão.> Os afro-americanos vão mais longe: 6,2 desenvolvem a doença, enquanto> apenas 1,4 dos nigerianos são atingidos por ela.> Hábitos alimentares?> Stress das pressões do Primeiro Mundo?> Mas o Japão não é Primeiro Mundo?> Não tem stress?> > A alimentação parece ser sem dúvida um elo nessa corrente, e mais> ainda o alumínio. Segundo algumas pesquisas, a incidência de alumínio> encontrada nos cérebros de portadores da doença é assustadoramente> alta. Pesquisas feitas na Austrália e em alguns países da Europa> mostraram que, em atos alimentados com uma dieta rica, o sulfato de> alumínio (comumente colocado na água potável para matar bactérias)> danificou os cérebros dos roedores de forma muito similar à causada> nos humanos pelo Alzheimer.> > Pesquisas do Dr. Joseph Sobel, da Universidade da Califórnia do Sul,> mostraram que a incidência da doença é três vezes maior em pessoas> expostas à radiação elétrica (trabalhadores que ficavam próximos a> redes de alta tensão ou a máquinas elétricas). Mas não param por aí as> pesquisas, que apontam à arma em todas as direções.> > Porém, a que mais me chocou e me motivou a fazer minhas próprias> elucubrações foi o estudo das freiras. Esse estudo, citado no livro A> Saúde do Cérebro, do Dr. Robert Goldman, Ed. Campus foi feito pelo Dr.> Snowdon, da Universidade de Kentucky. Eles estudaram 700 freiras do> convento de Notre Dame. Na verdade, eles leram e analisaram as> redações autobiográficas que cada freira era obrigada a escrever logo> ao entrar na ordem. Isso ocorria quando elas tinham em média 20 anos.> Essas freiras (um dos grupos mais homogêneos possíveis, o que reduz> muito as variáveis que deveriam ser controladas) foram examinadas> regularmente e seus cérebros investigados após suas mortes.> > O que se constatou foi surpreendente. As que melhor se saíram nos> testes cognitivos e nas redações - em termos de clareza de raciocínio,> objetividade vocabulário, capacidade de expressar suas idéias, mesmo> apresentando os acidentes neurológicos típicos do Alzheimer (placas e> massas fibrosas de tecido morto) não desenvolveram a demência> característica da doença. Ou seja, elas tinham as mesmas seqüelas que> as outras freiras com Alzheimer diagnosticado (e que tiveram baixos> escores em testes cognitivos e na redação), mas não os sintomas> clássicos, como os do meu pai. A minha interpretação de tudo isso: não> temos muito como controlar todos os fatores de risco apontados como os> vilões - alimentação, pressão alta, contaminação ambiental, stress, e> a genética (por enquanto). Mas podemos colocar o nosso cérebro para> trabalhar.> > COMO?> Lendo muito, escrevendo, buscando a clareza das idéias, criando novos> circuitos neurais que venham a substituir os afetados pela idade e> pela vida "bandida".> Meu conselho: é para vocês não serem infalíveis como o meu pobre pai;> não cheguem ao topo nunca, pois dali, só há um caminho: descer.> Inventem novos desafios, façam palavras cruzadas, forcem a memória,> não só com drogas (não nego a sua eficácia, principalmente as> nootrópicas), mas correndo atrás dos vazios e lapsos.> > Eu não sossego enquanto não lembro do nome de algum velho conhecido,> ou de uma localidade onde estive há trinta anos. Leiam e se empenhem> em entender o que está escrito, e aprendam outra língua, mesmo aos> sessenta anos.> > Não existem estudos provando que o Alzheimer é a moléstia preferida> dos arrogantes, autoritários e auto-suficientes, mas a minha> experiência mostra que pode haver alguma coisa nesse mato.> Coloquem a palavra FELICIDADE no topo da sua lista de prioridades: 7> de cada 10 doentes nunca ligaram para essas "bobagens" e viveram vidas> medíocres e infelizes - muitos nem mesmo tinham consciência disso.> Mantenha-se interessado no mundo, nas pessoas, no futuro. Invente> novas receitas, experimente (não gosta de ir para a cozinha? Hum..> Preocupante.) Lute, lute sempre, por uma causa, por um ideal, pela> felicidade. Parodiando Maiakovski, que disse "melhor morrer de vodca> do que de tédio", eu digo: melhor morrer lutando o bom combate do que> ter a personalidade roubada pelo Alzheimer.> > Dicas para escapar do> Alzheimer:> Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém> a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas> conexões. Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin> (2000), revelam que NEURÓBICA, a "aeróbica dos neurônios", é uma nova> forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e> saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos> neurônios em seu cérebro. Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado> por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço> intelectual, escondem um efeito perverso; limitam o cérebro.> > Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios> "cerebrais" que fazem as pessoas pensarem somente no que estão> fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer> tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um> trabalho adicional.> > Tente fazer um teste:> use o relógio de pulso no braço direito;> - escove os dentes com a mão contrária da de costume;> - ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando> isso num parque);> vista-se de olhos fechados;> - estimule o paladar, coma coisas diferentes;> - veja fotos de cabeça para baixo;> veja as horas num espelho;> - faça um novo caminho para ir ao trabalho.> > A proposta é mudar o comportamento rotineiro.> > Tente, faça alguma coisa diferente com seu outro lado e estimule o seu> cérebro. Vale a pena tentar! FAÇA ESTE TESTE Torço para que todos consigam ótimos resultados. Abraço, atenciosamente. Vanderlucia

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